Demasiado jovem, não se julga bem. Demasiado velho, o mesmo. Se não pensamos o suficiente, se pensamos demasiado, obstinamo-nos e não passa daí. Se examinamos a nossa obra logo após a havermos feito, estamos ainda muito imbuídos dela; se muito tempo depois, já não nos ajustamos a ela. Assim os quadros, vistos de muito longe e de muito perto. Existe apenas um ponto indivisível que é o verdadeiro lugar; os outros estão demasiado perto, ou demasiado longe, demasiado alto ou demasiado baixo. A perspectiva determina-o na pintura. Mas na verdade e na moral quem o determinará?
Blaise Pascal, Pensamentos, Europa-América, Sintra, 1978 pp 381
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