POSITIVISMO LÓGICO
O positivismo
lógico (...) foi a filosofia introduzida por um grupo de
filósofos europeus, chamado Círculo de Viena, no começo dos anos vinte do
século passado, e que A. J. Ayer tornou popular no mundo anglófono com o seu
livro Linguagem, Verdade e Lógica de
1936. De acordo com os positivistas lógicos, as únicas afirmações com sentido
são aquelas que podem ser verificadas através da experiência sensorial ou aquelas
que são verdadeiras apenas em virtude da sua forma e do significado das
palavras usadas. Assim, uma afirmação tem sentido se a sua verdade ou falsidade
puder ser verificada pela observação empírica (por exemplo, a investigação
científica). As afirmações da lógica ou da matemática pura são tautologias;
quer dizer, são verdadeiras por definição, simples modos de usar símbolos sem
que se expresse qualquer verdade sobre o mundo. Nada mais há que possa ser
conhecido ou discutido coerentemente. No coração do positivismo estava o
princípio da verificação, que estabelece que o sentido de uma proposição
consiste na sua verificação. Como resultado, as únicas afirmações com sentido
são as usadas na ciência, na lógica ou na matemática. Afirmações nas áreas da metafísica, da religião, da estética
e da ética são literalmente sem sentido, pois não podem ser verificadas por
métodos empíricos. Não são válidas ou inválidas. Ayer disse que ser um ateu ou
um crente é algo absurdo, uma vez que a afirmação «Deus existe» é pura e
simplesmente destituída de sentido.
Antony Flew, Deus Existe. Como o mais célebre filósofo ateu mudou de convicção. Lisboa, 2010.
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