Lewis Hine, (EUA 1874/1940)
Os estudos servem para passatempo, ornamento e habilitação. A sua principal utilidade para passatempo, é dada na solidão e no retiro; para ornamento, no discurso; para habilitação, no juízo; porque os homens peritos podem executar, mas os instruídos são mais aptos para julgar e censurar. Despender demasiado tempo com eles é indolência; usá-los demasiado no ornamento é afetação; formular sentenças unicamente de acordo com as suas regras é defeito de escolar. Os estudos aperfeiçoam a natureza mas são, por sua vez aperfeiçoados pela experiência. Os homens ladinos os condenam, os sábios os utilizam, os simples os admiram; porque tais homens não ensinam a estudar, apenas dizem que há uma sabedoria sem estudos e outra para além dos estudos, ganha por observação. Lede, não para contraditar nem para acreditar, mas para ponderar e para considerar. Livros há que são para gostar, outros que são para engolir, e só alguns para mastigar e digerir; quer dizer, há alguns que são só para ler em parte, outros por mera curiosidade, e só alguns merecem ser lidos inteiramente com diligência e atenção. Ler amadurece o espírito, conversar adestra-o, escrever torna-o exato; portanto, se o homem escreve pouco, necessita de grande memória; se conversa pouco, de muita astúcia para simular que conhece o que não conhece. A história faz o homem sábio; a poesia engenhoso; a matemática subtil; a física profundo; a moral grave; a lógica e a retórica apto a discutir.
Tradução de Álvaro Ribeiro