quinta-feira, novembro 15, 2018

Dia da Filosofia



Este texto de Arendt alerta-nos para uma situação que pressentimos ser perigosa mas que caminha indelével e silenciosa sem o nosso consentimento que esquecemos de  dar ou estamos preocupados em fazer sem verdadeiramente dizer, olhar e ver. A Filosofia nada é se não for atenta à realidade situada e vivida. Leis abstratas e lógicas são exercicício como ir ao ginásio da mente mas não conferem mais realidade ao que nos afecta nem ajudam a vontade a encontrar os outros para com eles encetar um diálogo, um diálogo que nos chama mas que, ao mesmo tempo, nos entedia de morte, como se estivessemos todos cansados de palavras. As palavras só ganham força se representarem uma vontade colectiva e não apenas uma vontade individual. Se nada mais nas palavras puder ecoar dentro de nós como um bálsamo ou um hino ou um clarim, então que nos deixemos ficar pobres e a elas renunciemos, renunciaremos ao que nos faz ser, ao mais humano, no sentido bom, isto é, criador de paz e de possíveis.

1 comentário:

Um peregrino disse...

"As palavras só ganham força se representarem uma vontade colectiva e não apenas uma vontade individual." Mas Uma vontade individual pode estimular
(gerar), através das palavras, a vontade coletiva.

"Se nada mais nas palavras puder ecoar dentro de nós como um bálsamo ou um hino ou um clarim[...]". Bom, aí o problema é do indivíduo que se tornou insensível, talvez não esteja na força das palavras. O certo é o certo e o errado é o errado, se há perversão pessoal, então as boas palavras não farão eco...