A existência humana é
irredutível a qualquer tentativa de explicação objectiva,
porque o homem não é uma coisa, não é um objecto, mas um
sujeito, uma subjectividade que é constantemente
desafiada a determinar-se
livremente.
É por isso que Sartre defende a liberdade do homem, ou seja, a sua
transcendência, em filosofia,
"Transcendência"
opõe-se a "imanência"; Isto significa que a lei do objeto é imanente,
uma vez que não é nada mais do que um
conjunto de leis físicas que o explicam.
O homem, pelo contrário,
não é nada por si só, mas ao contrário, é movimento de se transcender constantemente a si mesmo, de se projectar para fora de si, (…)O que significa em francês o Verbo "ex-sister" "existir; sair de si.
Dizer que o homem é livre, é afirmar que ele não nada "em si" (só a coisa é em si), mas que se define pela forma como existe. A existência é assim o movimento de ultrapassagem, de
Dizer que o homem é livre, é afirmar que ele não nada "em si" (só a coisa é em si), mas que se define pela forma como existe. A existência é assim o movimento de ultrapassagem, de
negação do dado imediato e do momento presente.
A coisa é o que ela é, enquanto o homem, diz Sartre, não é nada, o que não significa que não existe, mas que existe de um certo modo que consiste em mover-se sempre para a frente, nunca se contentar com o que tem ou o que é. O homem é projecto, negação ininterrupta de tudo, a começar por si mesmo (o homem é desejo, isto é, insatisfação permanente, uma vez que o desejo,
ao contrário da
necessidade, nunca encontra objecto à sua medida).
Conférence-débat avec Philippe FONTAINE,Sèvres, 2008
Tradução de Helena Serrão
Foto: Bruce Gilden
Tradução de Helena Serrão
Foto: Bruce Gilden
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