Gerald Bloncourt (Haiti, 1926/2018), criança com boneca, França, Bidonville
“ Estará o mundo dividido entre espírito e matéria, e sendo
assim, que é espírito e que é matéria? Está a alma sujeita à matéria, ou tem energias
independentes? Tem o Universo unidade ou fim? Evolui para algum objetivo? Há
realmente leis da natureza, ou cremos nelas devido ao nosso inato amor da
ordem? (…) Há um tipo nobre e um tipo baixo de vida, ou são todos meramente
fúteis? Se um deles é nobre, em que consiste e como realizá-lo? Deve o bem ser
eterno para poder ser apreciado, ou merece procurar-se ainda quando o Universo
caminhe inexoravelmente para a morte? Existe de facto a sabedoria ou não passa
de requinte derradeiro de loucura? Não há resposta em laboratório para tais questões.
Pretenderam teologias dar respostas, todas demasiado definidas, o que as torna
suspeitas aos espíritos modernos. Estudar essas questões, se não
responder-lhes, é tarefa da filosofia.
Mas, então, dir-se-á, porque perder tempo com problemas
insolúveis? Pode responder-se como historiador ou como homem em face do terror
da solidão cósmica.
(…)Desde que os homens foram capazes de especular
livremente, as suas ações em inúmeros aspetos importantes dependeram das suas
teorias sobre o mundo e a vida humana, assim como sobre o bem e o mal. Assim é
hoje como foi antes. Para compreender uma idade ou uma nação temos de
compreender-lhe a filosofia, e para isso temos de ser em qualquer grau
filósofos. Há aqui uma causalidade recíproca. As circunstâncias da vida do
homem concorrem muito para determinar a sua filosofia e, reciprocamente, a sua
filosofia determina em muito as suas circunstâncias. Esta interação
multisecular é o tópico das páginas seguintes (da história da filosofia).
Há no entanto uma resposta mais pessoal. A ciência diz-nos o
que sabemos, e é pouco; e se esquecemos quanto ignoramos ficaremos insensíveis
a muitos factos da maior importância. Por outro lado, a teologia induz a crer
dogmaticamente que temos conhecimento onde realmente só temos ignorância, e
assim produz uma espécie de impertinente arrogância em relação ao Universo. A
incerteza perante esperanças vivas e receios é dolorosa mas tem de suportar-se
se quisermos viver sem o conforto dos contos de fadas. Nem é bom esquecer as
questões postas pela filosofia, nem persuadirmo-nos de que lhes achámos
resposta indubitável. Ensinar a viver sem certeza sem ser paralisado pela
hesitação é talvez o mais importante dom que a filosofia do nosso tempo dá, a quem a
estuda.
4 comentários:
1 - "Evolui para algum objetivo?": Por que o universo material deveria evoluir? ;
2 - "Há realmente leis da natureza, ou cremos nelas devido ao nosso inato amor da ordem?":O homem inventa coisas baseadas nessas leis, e essas coisas funcionam? De onde vem "nosso amor inato da ordem? ;
3 - "Há um tipo nobre e um tipo baixo de vida, ou são todos meramente fúteis?": São meramente fúteis. Cada um é o que veio para ser.
4 - "[...], ou merece procurar-se ainda quando o Universo caminhe inexoravelmente para a morte?"?: A escolha é pessoal. Há um além.
5 - "Existe de facto a sabedoria ou não passa de requinte derradeiro de loucura?": A sabedoria é a busca do bem para si e para os outros.
6 - "Pretenderam teologias dar respostas, todas demasiado definidas, o que as torna suspeitas aos espíritos modernos.": São as únicas que buscam respostas na certeza intuitiva do ser humano. "Espíritos modernos" são espíritos de não sebedores que, por orgulho e medo do porvir, julgam saber mais.,
7 - "porque perder tempo com problemas insolúveis?": E porque seriam "insolúveis"? Todos saberemos um dia.
8 - " As circunstâncias da vida do homem concorrem muito para determinar a sua filosofia e, reciprocamente, a sua filosofia determina em muito as suas circunstâncias.": Creio mais que "a sua filosofia determina em muito as suas" ações. As circunstância já estão lá.
9 - " A ciência diz-nos o que sabemos, e é pouco; e se esquecemos quanto ignoramos ficaremos insensíveis a muitos factos da maior importância.": Pois, é a ciência sabe pouco, mas age como tendo total conhecimento.
10 - " Por outro lado, a teologia induz a crer dogmaticamente que temos conhecimento onde realmente só temos ignorância, e assim produz uma espécie de impertinente arrogância em relação ao Universo.": Creio mais que a "impertinente arrogância em relação ao Universo" é é prerrogativa da ciência, pois " A ciência diz-nos o que sabemos, e é pouco; e se esquecemos quanto ignoramos ficaremos insensíveis a muitos factos da maior importância.". As teologias buscam dar respostas a partir das certezas que o Homem já traz dentro de si.
11 - "A incerteza perante esperanças vivas e receios é dolorosa mas tem de suportar-se se quisermos viver sem o conforto dos contos de fadas": Bom, Bertrand Russell atualmente sabe se eram ou não "contos de fadas".
12 - " Ensinar a viver sem certeza sem ser paralisado pela hesitação é talvez o mais importante dom que a filosofia do nosso tempo dá, a quem a estuda.": Besteira!
" A sabedoria da filosofia é "ensinar a morrer".
CARA SENHORA , A RELIGIÃO - O RELIGARE, A CIÊNCIA E A FILOSOFIA SÃO ESTRADAS QUE SE ENCONTRAM NO FINAL. AS DETURPAÇÕES CULTURAIS OU POR INTERESSES OUTROS ORIUNDO DA BUSCA DO PODER OU DA BUSCA DO EQUILÍBRIO E CONTROLE SOCIAL SÃO CURVAS PERIGOSAS OU DIMINUIÇÃO DA VELOCIDADE DECORRENTE DO AMOR HUMANO AO PODER, AO PECADO E A LUXÚRIA. A FILOSOFIA TRATA DO HOMEM IMPERFEITO PELO HOMEM IMPERFEITO.AS IDÉIAS, A TECNOLOGIA TEM QUE SER MOLDADO PELA FÉ. POIS MORREMOS E A ETERNIDADE É DO OUTRO LADO. EDUARDO SOBREIRA MUNIZ
A GRAVIDADE É UMA CRIAÇÃO DE DEUS, A CORRENTE ELÉTRICA É UMA CRIAÇÃO DE DEUS, O ATRITO É UMA CRIAÇÃO DE DEUS , O FOTÓN É UMA CRIAÇÃO DE DEUS, A ATRAÇÃO MAGNÉTICA É DE DEUS, NÃO HÁ EXPLICAÇÃO RACIONAL PARA A EXISTÊNCIA,MAS SIM PELOS EFEITOS COMO QUEIMAR, AQUECER, MATAR, VIRAR UM MOTOR, UM LIQUIDIFICADOR ETC.
A GRAVIDADE É UMA CRIAÇÃO DE DEUS, A CORRENTE ELÉTRICA É UMA CRIAÇÃO DE DEUS, O ATRITO É UMA CRIAÇÃO DE DEUS , O FOTÓN É UMA CRIAÇÃO DE DEUS, A ATRAÇÃO MAGNÉTICA É DE DEUS, NÃO HÁ EXPLICAÇÃO RACIONAL PARA A EXISTÊNCIA,MAS SIM PELOS EFEITOS COMO QUEIMAR, AQUECER, MATAR, VIRAR UM MOTOR, UM LIQUIDIFICADOR ETC. EDUARDO SOBREIRA MUNIZ
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